terça-feira, agosto 22, 2006

Vira-casaca

Percebi, ao ler meu pai, que ele ainda hoje não engoliu o fato de eu não ser torcedor do Fluminense, seu time de coração. O afã em demonstrar isso acabou por gerar uma idéia de que sou um instável, um vira-casaca costumeiro.
Não. A única vez que mudei de time foi em 1989, quando ainda criança, 7 anos, decidi não mais torcer pelo tricolor carioca. Estava irritado, o time acabara de ser goleado pelo Flamengo. Entretanto, por respeito, até mesmo devoção a meu pai, não me tornei torcedor do urubu.
Acredito que virei vascaíno porque o time havia sido campeão brasileiro. Está em minha memória o exato momento daquele gol de cabeça de Sorato. Mas não tenho claro o momento em que a casaca foi, efetivamente, virada.
Já mais velho, me desiludi com o futebol. O Eurico Miranda havia conseguido me fazer perder a vontade de torcer. Às vezes tinha recaídas, embora, em geral, ficasse alheio àquilo tudo.
Foi quando passamos a ter TV por assinatura. O futebol europeu tornou-se parte do cotidiano. A alta qualidade do jornalismo esportivo e, principalmente, os campeonatos transmitidos, fizeram o monstro que existe dentro de mim acordar de seu sono, voltando ainda mais voraz.
Foi um processo gradual. Primeiro assistia tão-somente ao futebol internacional. Em seguida voltei a ver com gosto o futebol brasileiro. Depois passei a freqüentar todos os jogos do América, desde a Série C ano passado, porque ir ao Estádio é fundamental. Acho que estou em estágio terminal, com um blog sobre o esporte bretão.

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Sim, sou vascaíno. O clube não é o Eurico Miranda. Ele está lá, mas não vai durar para sempre (Caixa d’Água que o diga).

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Não me tornei torcedor do América agora. Quando chegamos em Natal, naquele mesmo ano de 1989, Anderson, um amigo, me apresentou os times, América e ABC, e disse que devia escolher um dos dois. Fiz a escolha certa.

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Não sou torcedor do Real Madrid. Simpatizo com o time. Assim como gosto do Barcelona. Sou, antes de tudo, amante do bom futebol.

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Já faz 17 anos e ainda dói em meu pai o fato de eu ter sido o único dos quatro filhos que não escolheu o Fluminense. Bem que minha mãe diz que ele é doente.

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Pai, 7 anos, eu tinha só 7 anos.

3 comentários:

Ulla Saraiva Dantas disse...

Pq que pai tem mania de escolher time de filho? A mãe de Aquilles nos deu uma camisa do flamengo que Aquilles usou quando criança...e ele já disse que o filho dele vai ser flamenguista...mesmo contra minha vontade...tsc,tsc.

Ontem Aquilles e Cézar beberam à morte de Caixa d'água!!! Toooooosco!!!

Anônimo disse...

Rapaz.. que vc quer mais, seu pai agradecendo aos quatro cantos pelo seu blog e o provável (ou possível) caminho do sucesso que vc começou a trilhar!?!
E ainda tem Ulla estimulando suas escritas. Mesmo sobre este tema não tão ortodoxo..

Ulla Saraiva Dantas disse...

Ih...acho que levei uma bronca!